Clube foi punido mais uma vez e informou que já recorreu à Fifa para que decisão seja reconsiderada; Raposa apresentou documentos do acordo selado
Punido novamente pela Fifa, desta vez com a impossibilidade de registrar novos atletas, o Cruzeiro se pronunciou sobre a dívida com o Zorya, da Ucrânia, envolvendo o atacante Willian. Segundo informou, a Raposa foi notificada pela entidade internacional, que sinalizou uma contestação do Zorya acerca do acordo firmado entre os clubes. A dívida que o Cruzeiro tem é 1.159.786,31 euros (cerca de R$ 7,4 milhões de reais).
O Cruzeiro informou que o acordo feito com o Zorya foi “mediante canais oficiais previstos pela Fifa” e que, um dia antes do vencimento da dívida, em 19 de agosto, o clube ucraniano notificou a Raposa de que tinha realizado uma cessão de crédito específico ao Alik Football Management, da Estônia. Assim, foi negociado o parcelamento do débito diretamente com o Alik, mas com a exigência de que o Zorya “fizesse parte do acordo como terceiro interessado”.
O clube celeste publicou documentos (veja abaixo) que mostram selos de autenticação e assinatura de representantes do Zorya para a validação do acordo. O Cruzeiro informou, ainda, que “enviou manifestação formal à Fifa, esclarecendo o ocorrido e exigindo a reconsideração da pena por ora imposta”, na noite dessa terça (1º).

Cruzeiro apresentou documentos para demonstrar o acordo que foi feito com o Zorya; neste, há assinaturas das três partes envolvidas – Foto: Reprodução

Foto: Reprodução
Leia abaixo o pronunciamento do Cruzeiro na íntegra
“O Cruzeiro Esporte Clube confirma que recebeu um contato da Fifa sinalizando que o FC Zorya contesta acordo firmado entre os clubes, anunciado oficialmente no mês passado, envolvendo a dívida de 1.159.786,31 euros, vencida em 20 de agosto de 2020.
Diante da contestação do FC Zorya, a Fifa aplicou a sanção de transfer ban (impossibilidade de registro de novos jogadores), o que é lamentado e contestado pelo Cruzeiro Esporte Clube, já que o acordo celebrado entre as partes, se fez mediante canais oficiais previstos pela Fifa para tanto.
Na véspera da data de vencimento da dívida, o FC Zorya notificou o Cruzeiro, por meio de seu e-mail oficial, cadastrado no Fifa/TMS, informando que realizou uma cessão do crédito específico ao Alik Football Management, da Estônia. Desta forma, o Cruzeiro negociou o parcelamento do débito diretamente com o Alik, mas, para se resguardar, exigiu que o FC Zorya fizesse parte do acordo como terceiro interessado, e informou que faria o pagamento somente após sua homologação pela Fifa.
No trâmite, além do selo de autenticação e assinatura do representante do FC Zorya em todos os documentos, nos quais o mesmo atesta, num primeiro momento, a cessão do crédito para o Alik, e, num segundo momento, o termo de formalização do acordo, é importante destacar que a comunicação entre os todos os envolvidos sempre se deu por meio dos canais oficiais estabelecidos pelo sistema Fifa/TMS, que é extremamente rigoroso com o acesso, cadastramento e processos dos seus e-mails.
Sendo assim, diante da manifestação do FC Zorya, a contestação do Cruzeiro se baseia em duas variáveis: ou o sistema da Fifa apresentou algum tipo de falha, o que é pouco provável, ou o clube ucraniano está contradizendo os documentos que seu próprio representante validou e assinou, documentos estes disponíveis em anexo à esta nota.
Por esta razão, na noite de ontem, 1º de setembro de 2020, o Cruzeiro enviou manifestação formal à Fifa, esclarecendo o ocorrido e exigindo a reconsideração da pena por ora imposta. O Clube reitera que em todos os momentos e processos agiu com absoluta clareza, boa fé e dentro da legalidade, confiando que a comunicação feita por meio dos canais oficiais da Fifa, com todos os envolvidos em cópia, inclusive o advogado do FC Zorya, são válidas.”