Meia-atacante ultrapassou marca de 300 jogos com a camisa do Galo
Em entrevista ao Superesportes, Luan ainda relembrou os grandes momentos de sua trajetória no Atlético e também fases complicadas, como as vaias recebidas no duelo contra o Fortaleza, neste ano, no Independência.
Leia, a seguir, a entrevista de Luan na íntegra:
300 jogos
Melhor momento e pior fase
O peso das lesões na trajetória dentro do Atlético
Você já pensou em sair do Atlético e tomar outro rumo? Este ano, chegou a ir para o banco de reservas com Rodrigo Santana. Ficou mágoa com o ex-treinador?
Alguns momentos, sim, pensei em sair, pois tinha propostas legais de fora do país, como dentro do Brasil, equipes grandes. É legal você ser valorizado, pois mostra que você está no caminho certo.
Algumas pessoas não te dão moral, não sabem que você é tão importante para o clube. Mas continuei trabalhando e não guardo mágoas de ninguém. Deixo isso bem claro. Às vezes, não é o interesse da pessoa te tirar do time, mas acaba ocorrendo naturalmente. Temos que respeitar o jogador que entra no nosso lugar. Continuei trabalhando, pois sabia que em algum momento a equipe ia precisar de mim.
Infelizmente, não nos classificamos para a final da Copa Sul-Americana, foi por pouco. O momento mais difícil foi no jogo contra o Fortaleza (no Independência), quando perdi o pênalti e recebi xingamentos. Isso faz parte. Todo jogador de alto nível do futebol brasileiro já passou por isso. E tudo isso é ruim, pois você sempre entra em campo para ajudar a equipe. Poderia acontecer comigo e aconteceu. Foi uma coisa rápida e creio que isso está superado.
O que falta para o atual grupo do Atlético ser vencedor como em 2013 e 2014?
Conquistei esses títulos importantes, mas não me apego muito ao passado. Isso eu falo em casa com a família. Foi uma história muito legal marcada no clube. Quando meus filhos crescerem, vão ver essa história. Mas sempre almejo algo a mais. Quero bater metas, conquistar mais títulos importantes no clube.
Quando minha carreira terminar, quero estar recheado de conquistas importantes. Essa foi minha intenção desde que cheguei ao Atlético em 2012. Espero ajudar o clube da melhor maneira possível nesses três anos de contrato que faltam.
Thiago Neves, do Cruzeiro, te chamou de marqueteiro depois da final do Mineiro. Você se considera marqueteiro?
Não. Isso é o que ele pensa. Acho que ele é mais marqueteiro que eu. Ele fala muita merda, né? Um cara que tem uma história bacana no futebol, mas poderia ser um pouco mais humilde. Essa é minha visão. Ele pode ter uma visão diferente de mim e eu posso ter visão diferente dele. Nunca fui marqueteiro.
Sou um cara que dou tudo pelo time, gosto da torcida desde que cheguei. Quando jogava contra, sempre admirei o jeito que a torcida apoiava o time. Mas se tratando de jogadores experientes como ele, deveria ser um pouco mais humilde. Está faltando isso nele. Ele tem muitos títulos, tem história. Ele tem que ser um pouquinho mais pés no chão.
E ele precisa ter cuidado com a carreira dele, uma carreira brilhante. Sempre o admirava quando jogava no Fluminense e no Flamengo. Admirava o futebol dele. Talvez tenha sido infeliz nessa fala por jogar no rival. Mas eles falam o que quiser para ter moral com a torcida deles. Da mesma forma que defendemos nossa torcida. Do fundo do coração, eu acho que ele não é um cara ruim não.
Às vezes falo coisa que os outros interpretam de forma diferente, mas assumo minha responsabilidade. Por exemplo, o rival interpreta da forma como quer. Na final, nosso time jogou melhor (que o Cruzeiro na final do Mineiro deste ano), mas fomos prejudicados pela arbitragem. Eles foram campeões e podem falar o que quiser.